15 de julho de 2006


Vossos filhos, não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por sí mesma.
Vem através de vós, mas não de vós.
E embora vivam conosco, não nos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vosso pensamentos.
Porque eles tem seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós
não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não
procureis faze-los como vós.
Porque a vida não anda para trás, e não se demora
com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais seus filhos são arremessados
como flechas vivas...O arqueiro mira o alvo na senda do infinito
e vos estica com toda a Sua força para que Suas flechas
se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria.
Pois assim como Ele ama a flecha que voa,
ama também o arco que permanece estável.

Os filhos
Kahlil Gibran

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